terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"TRIGO LOIRO"

De ter ceifado o trigo loiro!
no Alentejo, bem me lembro
de ter ouvido medonho estoiro
lembranças disso inda tenho.
Mas, não foi lá no Alentejo, não,
foi entre Metangula e Nova Coimbra
 para o Rio Lunho perigosa deslocação
na picada o rebentamento de uma mina,
pela roda da frente do Unimog, accionada
felizmente, nenhuma morte ela causou
o pneu em pequenos pedaços voou
no vento com a poeira esvoaçada!
De uma coisa tenho a certeza
de momento o silêncio alterará
a vida é como uma roleta
tanto rola até que pára...
  Se chover, para a não molhar
com o gorro se protege a tola
 melhor sorrir do que choramingar,
mas, nunca de maneira qualquer
para não causar perturbação
segredos guardados estarão
no coração de uma mulher?
Antecipadamente, se acontecer,
a vida foi, simplesmente, risonha ilusão
só não sei se valerá a pena para aquecer
correr atrás duma fugitiva paixão?
(Edumanes)

7 comentários:

  1. Guerras que deixam sempre lembranças amargas , mas que nunca acabam...

    Um abraço grande e bom fim de dia, amigo Eduardo

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  2. Gosto sempre do que escreve!

    r: Muito obrigada. Beijinhos*

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  3. Pois é amigo Eduardo, as paixões, ah, as paixões!
    Um abração daqui de Porto Alegre, sul do Brasil. Tenhas uma boa noite.

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  4. De Metangula más lembranças tens
    No teu Alentejo, agora o trigo loiro não vês
    Correr atrás da fugitiva paixão
    Por muito que tentes, pernas já não tens
    Aguenta por aí a lucidez
    Não te estiques, pra não bater c.o cu no chão
    Desculpa não te quero enervar
    Também não quero ser poeta
    Foi o que se pode arranjar
    E fiz figura de pateta.

    Toma lá mais um abraço e cala-te!

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  5. Não fizeste não,
    figura de pateta
    porque tens razão
    toma lá mais esta.
    Porque houvera eu
    ter queixa de Metangula
    o poeta escreveu
    na parede a mula
    um coice deu.
    Se bater com o traseiro
    no chão duro
    porque foste fuzileiro
    poeta, por bem te aturo!

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  6. Caro Eduardo

    Nunca somos nós a escolher o berço, mas seremos nós a "amassar" a vida. Seja nos velhos e loiros trigais do Alentejo, ou nas picadas da guerrilha, desde que se sinta uma silhueta de mulher, tudo correrá bem, a um espírito positivo.
    Grande abraço

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  7. De lembranças das minas na guerra colonial, até à questão se se deverá ou não correr atrás de fugitivas paixões... As paixões só trazem desilusões, tal como a guerra, não servem senão para a hipótese de pisar terreno "minado"...:-)
    xx

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