sábado, 30 de dezembro de 2017

"CATARATA NA ESQUERDA"

"MENSAGEM DE  ANO NOVO"
com a palavra terceira idade,
não se diz velho, diz-se idoso
na vida a velhice é um estorvo
não ignorando essa realidade!

Há por aí quem diga,
neste país, certamente,
a culpa é da governação,
não é não, é da catarata
que na minha vista esquerda
 me está roubando  a visão.
Vou ficar mais ausente
até à realização da cirurgia
humilde, sem armar zaragata
não havendo outra maneira!

 A quem mais precisa,
 sempre, muita, falta faz
para bem se estar na vida
haja saúde, amor e paz!

Vem aí mais um ano,
com o sol que nos alumia
enquanto que a alegria
tenta esconder o engano.

A trabalhar não se enriquece,
nem para aquecer onde há calor
enquanto o frio mais arrefece
quem no coração não sente amor!

Em férias a viajar,
pelo mundo, ou não de gozo
a quem por aqui passar
desejo FELIZ ANO NOVO!
(Edumanes)

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

"SAÚDE, PAZ E AMOR"

Nesta data especial,
 quem aos seus deveres não foge
tem capacidade para os enfrentar
portanto, sem mais demora
e através desta mensagem
 entendo que chegou a hora.
De desejar aos seguidores 
deste meu, modesto, blogue
e assíduos comentadores,
independentemente, do lugar
onde quer que estejam, em viagem,
  em casa ou a trabalhar
para amigas e amigos Feliz Natal!
(Edumanes)

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

"COTOVIA"

No mundo, em época natalícia,
todos os caminhos vão dar ao Natal
 cantar ouvia de manhã ao acordar o cotovia
 outrora,  num ambiente mais ao natural!

História não minha, não sou inventante,
foi numa localidade próximo da Benedita,
 que outrora conheci uma moça elegante!

Herdeira da fortuna,
nascida de parto normal
como outra mais alguma
residente em Portugal!

Por ela ser desembaraçada,
sem ofensas nem disparates
disse o pai,  no lugar da racha
deviam lá estar dois tomates?

Não me venha com essa agora,
saiba meu pai!  Já lá estiveram
mas, porque bem não se deram
com eles o hortelão foi embora!
(Edumanes)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

" CHAPÉU BRANCO, FITA ENCARNADA"

Aqui ê tenho de o gramar,
está um frio de rachar, já pensi
mudar deste para outro lugar
 até agora ainda nã o encontri!

Enganado tô esperando,
aquela sorte que nã existe
nem chorando nem cantando
com o amor que nã desiste!

No céu, azul,  o sol brilha,
 enquanto de nuvens isento
sendo hoje uma maravilha
amanhã nã seja tormento!

Já lá nã tava p'ra ê a ver,
quando visitá-la ê pretendia
nã é p'ra alentejano entender
há coisas quê desconhecia!

Pensi fazer uma visita,
de surpresa, inesperada
encarnada em volta uma fita
no meu chapéu colodada!

Para nã cair noutro engano,
 com a máxima cautela seguir
ainda agora tô aqui pensando
como outro caminho descobrir!

Por enquanto, nã penso desistir,
ordeiramente, sem nenhuma euforia
caminhando neste mundo a progredir
com a liberdade e a democracia!
(Edumanes)

sábado, 16 de dezembro de 2017

"DOBADOIRA"

Junto da sua fazenda, 
Que em volta da dobadoira
Mede uma légua em redor,
Estava no fim da merenda,
Mais a gente da lavoira,
Soberbo e mau lavrador.

De minha autoria não sendo,
Desconheço o autor,
A verdade estou dizendo!

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"CARTA DE UMA MÃE PARA SEU FILHO"

Querido mê filho tô escrevendo para ti esta carta. 
Que é para saber se estás de boa saúde. . .
Se a receberes dá noticias tuas, se a nã receberes nã digas nada.
Ê mais o tê pai estamos muito felizes.
 Porque, vamos ser, ê avó o tê pai avô.
A  tua irmã mandou dizer que vai ser mãe pela primeira vez.
Ainda nã sabe se vai parir um menino ou uma menina.
Por isso, mesmo, também nã sabemos se vais ser tio ou tia.
Mê filho querido do mê coração, fica sabendo que te amo muito.
Fui comprar um casaco para te mandar como presente de Natal.
Mas, como os botões de ferro sã muito pesados.
despregui todos e todos despregados meti dentro do bolso esquerdo. 
Quando ele aí chegar pregas eles todos onde ê os despregui
Mê filho adorado, se ainda nã sabes fica sabendo. 
O tê pai disse-me que os acidentes. . .
Acontecem todos a menos de 100 metros da nossa casa. 
Foi por isso que mudas para outra mais longe.
Já me esquecia de te dizer.
não te mando os 100 euros que me pediste.
Porque só me lembrei depois de ter fechado o envelope!
(Edumanes)

domingo, 10 de dezembro de 2017

"QUE NÃO SE ARREPENDA"

 Não sei ainda,
quando irá chegar
seja bem vinda
sem danos causar!

Até quando não sei,
aqui eu quero ficar
com a Ana não irei,
se ela por aqui passar!

Quem ouviu não era surdo,
 não se sentiu incomodado
 disse uma vez um maluco
sou maluco mas não sou parvo.

Com promessas de mão cheia,
sem luar em noites de escuridão
quem pelas ruas sem guarida vagueia
ao encontro de uma côdea de pão!

Também há quem porventura,
se aproveite com  fingida afeição
para em troca duma melhadura
subir na escala de pontuação!

Não acalentam corações,
porquanto, ferem a felicidade
 libertos em todas as direcções
voam sorrisos de falsidade!
(Edumanes)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

"POR VALES E CERROS"

Até aqui caminhando, cheguei agora,
sem que tivesse encontrado a sorte
nem ao menos para temperar a tiborna
uma pinga de azeite no fundo do pote!

Qual teria sido o brincalhão,
que disse velho se torna menino
quase, eu, dava um trambolhão
sem nunca ter perdido o tino?

Por isso é que escapei ileso,
para em frente continuar
enquanto, ainda, rabear
não consigo aqui ficar quedo!

Continuando a caminhada,
sem saber o que me espera
como, outrora, se vergava
o esqueleto já não se verga!

Nunca para além dos exageros,
tudo nos conformes sempre fiz
até aqui vim por vales e cerros
 disso, vitorioso, me sinto feliz!
(Edumanes)

domingo, 3 de dezembro de 2017

"VEJAM! NÃO É MENTIRA"


Já acendi a salamandra,
para não congelar aqui em casa
porque, o frio é uma ameaça
à velhice sem esperança!

 Já perdeu a sua beleza,
da velhice não quer saber
deixa ficar não leva a tristeza
o tempo passa a correr!

O inverno é preciso,
sem casa e sem roupão
do sem abrigo é inimigo
mais amigo é o verão!

Aquece-lhe o esqueleto,
o calor, do sol, ardente
na eira o vento passageiro
leva a palha deixa a semente!
(Edumanes)

sábado, 2 de dezembro de 2017

" A BELA MULHER FANDANGA"

Muito mal vai a moenga,
dos que já não se movem
como se moviam outrora
antes ou depois do sol posto
por bem não por mal se entenda
essa Ilusão com espírito jovem
dizem os mais velhos na tropa
de que a velhice é um posto.

Ele passa com ligeireza,
todos, ainda, os não levou
os cabelos da minha cabeça
porque, careca não estou.

Para além da flor da idade,
estão grisalhos eu bem sei
não ignoro a realidade
de meio século já passei.

todavia, compreendo,
 com paciência sem ter pressa
se eu pudesse parar o tempo
com se fecha uma janela.

Não posso eu nem ninguém,
melhor será ficar sossegado
cada um vive com o que tem
seja vagaroso ou seja apressado!
(Edumanes)

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

"RAINHA DO LAGO"

Numa aventura amorosa,
passei pelo vale da loucura
das pétalas libertava uma rosa
perfume e desejos de ternura!

Estava amena a temperatura,
no céu azul brilhava o sol
sobre um manto de verdura
à gargalhada ria o Caracol.

O que não agradou à Cigarra cantadeira,
a qual cantando, porventura, passeava nas imediações
  engalfinharam-se em discussão despropositada
 por mais ainda. sem qualquer razão, barulhenta
de parte a parte com insultuosos palavrões.
O Cágado, desembaraçado, foi pôr fim à contenda,
depois de feitas as pazes entre o Caracol e a Cigarra
envelvem-se numa dança que durou a noite inteira!

Até para lá, depois, da madrugada,
e para além do romper da bela aurora
a Cigarra e o Caracol cantaram à disgarrada
o fado, acompanhado à guitarra e à viola.
A  rã foi nomeada rainha do lago,
apurados os resultados da votação
secreta, por maioria foi nomeado
o Cágado rei e Senhor da bicharada
  tendo o Gafanhoto presidido à reunião!
(Edumanes)

terça-feira, 28 de novembro de 2017

"FUI NUM PÉ, VIM NO OUTRO"

Como é que devo fazer,
para encontrar o mote
 aqui sem uma palha mexer
 comigo não vem ter a sorte!

 Imaginando-a abstrata,
 duvido que ela exista
voltarei daqui a nada
não desiste quem acredita!

Fiquem aí esperando,
vou sair daqui disparado
para ver se o encontro
nalgum sítio agachado!

Do campo singelos,
não os vou aqui deixar
lindos lírios amarelos
comigo os vou levar!

Sem se aborrecer,
já voltei, aqui estou
com lírios para oferecer
a quem por mim esperou!
(Edumanes)

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

"SERICAIA"

Doce, sem amargor,
 porque me tentas
que bem te entendo
não resisto à tentação
a ti, eu, me rendo
por vontade do coração.

Minha doce paixão,
se me desejas
como eu te desejo,
com os olhos te vejo
nos lábios sinto
o doce do teu sabor,
bem vinda sejas
com amor e carinho
nos lábios te recebo.

Na tua suculenta doçura,
eu me acho, eu me perco
és tudo o que eu quero
minha doce loucura!
(Edumanes)

sábado, 25 de novembro de 2017

"CONCERTINA"

Quando outrora fui à festa,
da festa voltei dançando
agora aqui a estou ora essa
com saudades, recordando.

Aquela música que lá ouvi,
com as suas brilhantes teclas
todas as concertinas que lá vi
jamais me esquecerei delas.

Fui de noite e voltei a pé,
por uma estrada de terra
vi no mar um barco à vela
 navegando ao sabor da maré.

Não tinha lama, tinha poeira,
 no mês de Agosto aconteceu
 galinhas cararejavam na capoeira
de manhã quando o sol nasceu.

Bem à sua maneira repimpado,
lá estava o galo no, seu, poleiro
conduzia as ovelhas para o prado
o pastar na herdade do Pardieiro!

Com o cigarro na boquilha,
para o ar deitando fumaça
assim no campo era  a vida
enquanto a luz não se apaga
termino com esta quintilha!
(Edumanes)

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

"NO MAR, NA TERRA OU NO AR"

Sendo a saúde um tesouro,
vale mais do que diamante
de manhã, da cor do ouro
desponta o sol no horizonte.

Luz na terra emanando,
sem ter de nos obedecer
no céu azul, o sol brilhando
toda a gente gosta de o ver.

Só por aberrante disparate,
de quem com nada se contenta
de manhã,  quando o sol nasce
toda a gente o contempla!

Rogo a Deus Nosso Senhor,
desta gente não se esqueça
para que o sol fonte de calor
aqui terra sempre nos aqueça!
(Edumanes)

terça-feira, 21 de novembro de 2017

NAS PÉTALAS DESSA FLOR"

Assim, hoje,  comecei o dia, 
nas pétalas duma flor escrevi o mote
logo de seguida algo mais fiz;
 com pachorrenta acalmia!
Tropecei numa cadeira dei um pinote
grande sorte foi, mesmo,  a minha,
por não ter batido com o nariz
na porta do armário da cozinha!

Abri a janela,  olhei para a rua,
de que tudo na vida a saúde tem mais valor
no céu azul vi o sol, não vi a lua
tudo, na mesma, como no dia anterior!

Pensei,  de certeza que não me engano,
será que alguém disso, ainda,  tem duvidas
ouvindo quem por tudo e de tudo reclamando
 sempre as mesmas jeremiadas lamurias!

Todos os dias oiço é costume,
sempre as mesmas cantilenas
 tenham menos ou mais perfume
 gosta das loiras e das morenas!
(Edumanes)

domingo, 19 de novembro de 2017

"NEM UMA"

Se amanhã o sol não nascesse,
ai de nós o que seria
se na terra mais não chovesse?

Sem nuvens no céu,
aqui na terra não chove
São Pedro se esqueceu
de sede Portugal sofre!

Das dores não adianta,
por isso não me queixo
nem escura nem cinzenta
no céu, nuvens não vejo!

No campo e no jardim,
continuam os clamores
mais um dia chega ao fim
com sede estão as flores!

Aqui, nos oiça São Pedro,
no campo não há erva verde
sem água na terra desespero
não nos deixa morrer à sede!
(Edumanes)

terça-feira, 14 de novembro de 2017

"LENDA DE MOURA"

A alentejana Vila de Moura foi conquistada por Afonso Henriques, no ano de 1166. Ao seu nome anda ligada uma velha história de amor e morte que,  para que ninguém a esqueça, ficou gravada no brasão de armas da vila.
Segundo a lenda, esta vila chamava-se, no tempo dos mouros, Arucci-a-Nova, assim como a futura cidade espanola de Arronches era denominada Arucci-Vetus, ou seja, Arucci-a-Velha!
Ora Arucci-a-Nova era na altura uma pequena vila árabe que, depois de uma surtida de cristãos, tivera de ser reconstruída. Era seu senhor  Abu-Assan, que lhe mandara fazer novas e fortes muralhas nas quais incluíra uma formosa torre circular, em cujo minarete flutuava o pavilhão sagrado do Islão. Rico Senhor, Abu-Assan, depois de recontruída a vila, entregou-a à sua filha predilecta, Sasúquia, e voltou para o palácio de Córdova. Salúquia ficara, pois, alcaidessa de Arucci-a-Nova. Não longe dali, em Arucci-Vetus, estava Brafma, o príncipe mouro do qual Salúquia estava noiva, e apaixonada.
Era de tarde. E,  como todas as tardes Salúquia estava na torre do miranete entretendo as horas com as suas escravas e companheiras Fátima e Zuleima. Mas esse era um dia especial: era a véspera das suas bodas. No entanto, o olhar de Salúquia estava triste, estranhamente triste, e as escravas interrogavam-se silenciosamente sobre a razão daquela tristeza. Porque, na realidade, a sua senhora amava de verdade o homem que o destino e a vontade de Abu-Assan lhe davam para marido. Por isso, naquela tarde,  o sol morria lá longe, lá para os lados do mar  e, no alto do miranete, o silêncio era desusado. Em vez das alegres vozes que habitualmente soavam contando velhas lendas e histórias de amor e guerra, só se ouviam as cigarras cantando, longa e interminavelmente, o seu hino à terra e ao sol.
Contudo o silêncio, Fátima, a moura dos olhos azuis, murmurou:
-Salúquia, quando o luar tiver beijado as ondas do mar e o sol abrir de novo as portas do Oriente, teu noivo estará entre nós.
-Que Alá o permita!
-Mas porque está hoje tão triste? -perguntou com suavidade Zulmeia .
-Por muito o amar e por muito temer-murmurou Salúquia, que todo o dia se debatera com um negro pressentimento.
E Fátima, cheia de confiança, exclamou :
-Alá protege-o, e além disso os cristãos estão tão longe!...
Zulmeia, virada para Oriente, relembrando ainda o caminho por onde chegara, trazida como escrava por Abu-Assan, indicou:
-Dali virá, com o mouro da aurora por detrás! E Salúquia, apoiada na muralha, alongou o seu olhar pelo horizonte como que procurando um ponto móvel e desejado, deslocando-se na sua direcção. Fátima, um pouco perturbada por aquele silêncio quase total, embriagada pelo perfume das laranjeiras e roseiras floridas, iniciou uma velha lengalenga, outrora cantada pela sua velh escrava Zara, que há muito fora cantar para Alá, no Paraíso. A alcaidessa escutava-a distraída, com o pensamento percorrendo as dez léguas que separavam de si o seu bem amado Brafma.
Este por seu lado, deixara Arucci-Vetus ao cair da tarde, numa caravana luxuosa e feliz. Também ele amava aquela noiva que lhe davam, e assim o sol-poente, que punha fulgurações de sonho na predaria dos turbantes e nos arreios de ouro e prata dos cavalos, emprestava ao seu corpo um desassossego inusitado. Mas, conforme a noite avançava e a lua ia subindo sorridente no céu, o trotar dos cavalos foi esmorecendo pouco a pouco.
Faltaria gtalvez uma légua juntar Brafma a Salúquia quando o sol saudou do Oriente. A comitica, novamente a galope, atravessava um vale verdejante quando subitamente, os cavalos estacaram, relinchando nervosos. Ao longe avançava uma nuvem de poeira, de dentro da qual rebrilhavam ao sol nascente armas desembainhadas.
Bem sabiam os árabes que vestidos de festa como vinham, com ricas armas simuladas e cavalos pouco próprios para combate, não poderiam certamente vencer os cristãos que se aproximavam, preparados para a guerra. Mas Brafma exclamou:
-São cristãos! Vamos a eles e que Alá nos proteja! Antes porém, e adivinhando que não sobreviveria àquele combate desigual - via agora que os cristãos eram muito mais numerosos e bem armados, prontos para combate - tirou do peito uma rosa branca que colhera no seu jardim para oferecer a Salúquia, beijou-a e, escondendo-a numa algibeira som o manto junto ao coração, pediu:
-Se alguém se salvar,  leve esta rosa a Salúquia. - E desembainhando o alfange de ouro, gritou: -Agora irmãos...é a morte! Alá assim o quis! 
Dois irmãos, Álvaro e Pedro Rodrigues, comandavam a hoste cristã. Lutavam por conta própria, entregando depois ao seu rei as fortalezas conquistadas. Desta vez, apesar de os mouros se terem batido valentemente, foi-lhes fácil a vitória. Nenhum homem sobreviveu e Brafma morreu de uma cutilada de Álvaro Rodrigues.
Findo o combate, os cristãos, cuja finalidade era a conquista de Arucci-a-Nova, iniciaram um longo concidiábulo sobre o melhor meio de assaltarem a vila. Aquele grupo que acabavam de destruir, trajado de festa  e armado de ouro e prata, num descampado pela madrugada, a caminho da vila, fê-los adivinhar ao que vinham. Por isso decidiram envergar as suas roupas e tentar penetrar na vila de surpresa. Os cavaleiros cobriram as suas cotas com os albornozes de seda os cadáveres e Ála varo escolheu para si o manto de Brafma. Montaram a cavalo  e, num ápice, fizeram a légua que os separava de rucci-a-Nova, atroando os ares com gritos de simulação festiva e exclamações árabes de saudação e alegria.
No alto da torre da vila, o atalaia viu aproximar-se um turbilhão de poeira. Pensando ser a caravana nupcial, informou Salúquia, que, num ímpeto de alegria, ordenou que se abrissem as portas do castelo. Ela, com todas as escravas e amigas, subiu ao alto do minarete, para daí atirarem sobre Brafma uma nuvem de pétalas de rosa.
Entraram os falsos mouros como uma rajada de sangue. Impossível resistir ao seu ímpeto.  A população, porém, quando percebeu o ardil, tentou a todo o custo impedir que os cristãos chegassem ao palácio de Salúquia. Esta, pálida mas serena, sem lágrimas já para chorar, mandou encerrar as portas do seu palácio. Trouxeram-lhe as chaves no momento exacto em que os irmãos Rodrigues chegavam às suas portas. Vendo que os cristãos se preparavam para as arrombar,  Salúquia, lentamente, cheia de dignidade, subiu ao ponto mais alto do minarete, apertou as chaves numa das mãos  e, elevando uma prece a Alá, num impulso rapidíssimo atirou-as para o vazio. Um imenso grito doloroso soou de todas as bocas:  «Salúquia!!»
Por momentos, logo depois do baque do corpo no chão do terraço, pararam mouros e cristãos, parou a própria Natureza. Na esplanada do castelo estava agora o corpo da moura apertando as chaves numa mão. Um fio de sangue escorria mansamente da sua boca entreaberta.
Correu um cristão com o intuito de lhe arrebatar brutalmente as chaves, mas um gesto de Álvaro Rodrigues deteve-o. Esmagado pela heroicidade daquela mulher, curvou-se para lhe limpar do rosto belíssimo o sangue da sua própria traição. Nesse momento, da dobra do manto de Brafma caiu uma rosa branca, estranhamente manchada de sangue, que foi pousar suavemente sobre os lábios frios de Salúquia. A flor cumpria aderradeira súplica do mouro enamarado e trazia-lhe o beijo nupcial. 
Álvaro Rodrigues, impressionado, desbarretou-se num gesto delicado de respeito. Ordenou que cessasse a chacina  e pediu a seu irmão que trouxesse o corpo retalhado de Brafma para que juntos pudessem viajar até ao paraíso de Alá.
E, como preito imortal, proclamou que a partir desse dia Arucci-a-Nova se chamaria Vila da Moura.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

"DA TERRA DISTANTE"

No Céu Azul, sem nuvens, brilha o Sol,
carregadas de água à vossa espera 
voando sem turbulência estol
venham, nuvens, regar esta terra.

Venham com normalidade,
das nuvens as vossas lágrimas
que as espera com ansiosidade
sobre esta terra derramá-las.

 Temperaturas a descer,
enquanto a chuva se demora
na terra sem água para beber
jamais te poderás esquecer
desta gente que te adora!
(Edumanes)

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

"ATÉ QUE ENFIM"

A chuva está chegando,
sem se perder a esperança
quem não desesperando
espera sempre alcança!

 Nas palavras que leio,
e noutras que escrevo
nos espaços entremeio
 pontos e virgulas vejo!

Algumas fazem parte
do passado longínquo,
 em dias de tempestade
passa o vento zunindo!

Oiço vozes bradando,
sem saber o que pretendem
 outras vezes, porquê, chorando
será que saudades sentem?

De intimas emoções,
abandonadas ao acaso
outrora no descampado
enterneceram corações!

Esta noite sonhei com a alegria,
de manhã acordei com a felicidade
para entrar a fresca maresia
e do dia a claridade!

Do quarto abri a janela,
lá fora está chovendo
 com pouca intensidade
das nuvens caindo na terra
gotas de água estou vendo!
(Edumanes)

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

"NAVIO PÁTRIA"

“Recordando o passado. Vivendo o presente. Com esperanças no futuro"

Se amigo não engana amigo. Amigo ajuda amigo quando amigo precisa de ser ajudado. Foi isso que aconteceu. Um amigo ao seu amigo, emprestado pediu dinheiro. Dizendo só te pago no dia de "São Nunca à Tarde". Pelo que o amigo emprestador, no dia 1 de Novembro se dirigiu a casa do seu amigo pedinte. Afim de receber o dinheiro, antes, emprestado. O qual amigo seu repetiu, o que antes tinha dito. Amigo eu disse-te que só te pagava no dia de "São Nunca à Tarde". É isso mesmo amigo. Não me esqueci. Hoje é dia de TODOS OS SANTOS!  

O dia antes de ontem, ontem passado era,
hoje, o dia de ontem faz parte do passado
a milhares de quilómetros daqui, faz hoje anos
metade de século mais quatro, do mar para terra
em Nacala, estava desembarcando de um barco!

Por ti, minha, Pátria amada,
recordando esse dia, hoje, estou aqui
onde desembarquei do Navio Pátria
  para te defender, longe daqui!
(Edumanes)

terça-feira, 31 de outubro de 2017

"DESÂNIMO"

 Se por algum desgosto,
 ou, quando o sacrifício
 não compensa o esforço
 para os fins despendido!

Atirar-se do precipício,
 lá para o fundo do poço 
sem p'ro qual haver motivo
desse, tão, desunido povo
algures no mundo indeciso!

Para viver em liberdade,
não impeçam de escolher
sem de outrem depender
sendo essa a sua vontade!

Preso nas garras do, real, poder,
porque, tem de viver encabrestado
poderá, se ao qual não obedecer
por crime de rebelião condenado!

Não te deixes adormecer,
ó! Povo até demasiado tarde
custe o que custar tens de vencer
se quiseres viver em liberdade!

Liberta-te das garras,
tens direito ao teu lugar
não pagues alvissaras
a quem te está a sugar!

Com a tua voz não roca,
não há tempo a perder
com inteligência apregoa
faz já o que tens a fazer!

Do teu lado tens a razão,
porque o fazes com lealdade
luta contra a desonestidade
para que não te tirem o pão!
(Edumanes)

sábado, 28 de outubro de 2017

"COISAS DO DESTINO"

Já estava d'abalada,
a caminho de Lisboa
depois de palmada
chegou à Madragoa!

Ouviu cantar o fado,
e uma guitarra a trinar
ela se estava a lembrar
do seu Alentejo amado!

Com saudades do campo,
das ovelhas e das cabras
do seu bem amado alentejano
 triste, limpando as lágrimas
olhou para trás chorando!

Para os seus braços já voltou,
foi recebida com abraços e beijos
para sempre a união se celebrou
por vontade dos seus desejos!
(Edumanes)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

AMBIÇÃO OU GANÂNCIA?

Achei graça aqueles balões,
mas não tiveram concorrência
falando com os meus botões
disse: tenhamos paciência!

Sem deixar de sorrir,
porque, a vida continua
outros balões hão-de subir
querendo chegar à Lua!

 Como aquele que ao Sol queria chegar,
 umas sobre as outras caixas empilhando 
todavia, quando se estava a aproximar
 apenas uma e só uma caixa estava faltando
 lá de cima disse, para sobre a última colocar
 tira a do fundo e,  tudo foi por água abaixo!
(Edumanes)

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

"A IDADE NÃO ENGANA"

Por aqui continuarei,
a fazer o que pretendo
jamais a encontrarei
vagueando no tempo!

Saudades da juventude,
como eu tenho também
será que da minha idade
 não haverá mais alguém?
Por não ter a certeza;
 a mim mesmo perguntei
querendo saber a verdade
 foi então que sabendo fiquei
 a desonestidade me desilude
 mas, não me ilude a grandeza!
(Edumanes)

sábado, 21 de outubro de 2017

"APAIXONANTE"

Com os lábios a sorrir,
 e os olhos não chuorantes
vejo as plantas a florir
para elas continuo a olhar
 na terra verdejantes
sobre elas borboletas a voar!

 Mais tristes seriam os dias,
viver sem flores e sua beleza
como vi na feira das velharias
um catre velho sem enxerga.

Não batam mais no ceguinho,
já levou porrada que chega
sem dúvidas, tenho a certeza
quem tudo paga é o Zé Povinho!
(Edumanes)

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

"ORADOR A REBOQUE"

Enquanto o fogo se propagava,
de mãos atadas à inconsciência
se calhar não falava como fala
agora, em falta de competência,

Já lá estiverem senhoras e senhores,
são essas e esses agora que mais berram
só em prol do seu bem estar é que fizeram
a si próprios um sem número de favores!

Perigosas ideias são para quem acredita,
quem pensa que com arrogância se vence
interferência desumana e criminosa política
de que não houve, ninguém me convence!
(Edumanes)

terça-feira, 17 de outubro de 2017

"SOBREVIVENTE"

Como qualquer sábio, agora, diz,
também, há quem diga disparates
nenhum dos, muitos, que há no pais
 antes, conseguiu evitar catástrofes!

Mais desleixos não se consinta,
a quem não quis saber do aviso,
depois do fogo ter consumido
transformando a floresta em cinza.

Sem, antes, ter cumprido o seu dever,
toda a gente aponta o dedo à governação
ano após ano a floresta continuará a arder
se teimando não se apostar na prevenção!
(Edumanes)

domingo, 15 de outubro de 2017

"LITORAL ALENTEJANO"

 Dizem que há boa pinga,
 no vale das éguas
de certeza haverá mais ainda
 outras coisas muito belas?

Alimentados com bolotas,
tem vara de porcos pretos
espalhados pelas barrocas
 há por lá muitos sobreiros.

Conduzem ao engodo,
tem estradas e veredas
a caminho do Porto Covo
nas bordas urzes e estejas!
(Edumanes)

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

"QUEM NA PODA SE EXCITA"

Não sei quanto tempo me demoro,
quem ao descontentamento reage
enquanto com a imaginação não volto
fiquem com esse soneto do Bocage!

XXXV [SONETO DA AMADA GABADA]

Si tu visses, Josino, a minha amada
Havias de louvar o meu bom gosto;
Pois seu nevado, rubicundo rosto
Às mais formosas não inveja nada:

Na sua bocca Venus faz morada:
Nos olhos tem Cupido as settas posto;
Nas mammas faz Lascivia o seu encosto,
Nella, emfim, tudo encanta, tudo agrada:

Si a Asia visse coisa tão bonita
Talvez lhe levantasse algum pagode
A gente, que na poda se exercita!

Belleza mais completa haver não pode:
Pois mesmo o conno seu, quando palpita,
Parece estar dizendo: "Pode, pode!"!

sábado, 7 de outubro de 2017

"DE MANHÃ COMEÇA O DIA"

Minha aldeia pequenina,
está diferente d'outrora
bem eu me lembro ainda
ao romper da bela aurora!

 No inverno, ao frio e à chuva,
teria sido melhor senão fosse
lavrando a terra com a charrua
no campo, de manhã até à noite
cantando íamos para a labuta!

A paisagem o campo coloria,
na primavera vermelhas papoilas
dos homens, mas ai ai, o que seria
 se, ai ai, não fossem as moçoilas!
(Edumanes)

terça-feira, 3 de outubro de 2017

"TERRA RESSEQUIDA"

Ai ai meus senhores,
esta terra tem sede
sem trigo não há pão
se nesta terra chovesse
desabrochavam as flores
e os cravos em botão!

Falta de água a terra sente,
fustigada pela seca prolongada
quando ausente, não presente
do amor mais se sente falta!

 Sofrem mais os corações,
de quem falta de amor sente
segundo rezam as provisões
Outono continuará quente?
(Edumanes)

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

"UM PAR DE BOTAS"

Há quem tenha sorte na vida!
na rifa me saiu um par de botas
antes queria sofrer pelo Benfica
do que duma dor nas costas!

Dolorosa, má de gramar,
do meu território para fora
bem eu a tento expulsar
 teimosa, não quer ir embora!

Se ela por aqui continuar,
dizer, não sei até quando
por tanto me apoquentar
descontente estou ficando!

Consultei o tchimbanda,
com milongo a acalmou
não contente a magana
sem ser desejada voltou!
(Edumanes)

domingo, 24 de setembro de 2017

(SÃO MIGUEL DOS GÉMEOS)

SÃO MIGUEL DOS GÉMEOS é uma pequena freguesia onde em tempos havia apenas uma capelinha dedicada a S. Miguel Arcanjo.
Diz uma lenda que junto a essa capela viveu um lavrador rico cuja mulher deu à luz um par de gémeos monstruoso, pois nasceram com duas cabeças, quatro pernas e um só ventre. O casal teve um grande desgosto, tanto mais que foram os únicos filhos que lhe nasceram.
Apesar de tudo, estas crianças foram-se criando e, desde muito pequenas, mostraram um amor profundo pelo campo. Por isso todo o tempo que viveram-trinta anos, segundo a lenda-trabalharam na agricultura, patenteando um carinho inexcedível pela terra e pelas plantas.
Conta-se que na altura em que morreram, uma das cabeças faleceu três dias antes do resto do corpo. Nessa altura, os pais, que como já disse não tinham outros herdeiros, fizeram um testamento no qual legavam todos os seus bens à capela de S. Miguel, com a condição de se ficar chamando à freguesia S. Miguel dos Gémeos, em memória daqueles filhos estranhos e disformes que tinham tido.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

"BEM VINDO SEJA O OUTONO"

No marmeleiro empoleirada,
estava uma moça sem chinelos
quando fui à tarde colher marmelos
para à noite fazermos marmelada!

Sem nuvens, olhei para o céu,
só consegui ver até à bifurcação
descalça de pernas ao leu
atirando marmelos para o chão!

Foi por sorte minha, 
nenhum me acertou na tola
dois marmelos ela tinha
debaixo da camisola!

Descendo do marmeleiro,
segurei na sua mão
ao pôr os pés no chão
sorrindo, pela sua atenção
 disse, obrigado cavalheiro!
(Edumanes)

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

"ESSA FLOR"

Nos teus, lindos, olhos vejo,
neles, a luz da  paixão
Alentejo, meu Alentejo,
trago o Alentejo no coração!

Das tuas mãos, recebi com amizade,
uma pêra doce ao romper da bela aurora
nos teus lábios dou beijos de felicidade.
quando a tua mãe dali se for embora!

Ainda moça solteira,
para te ver lá no monte
debaixo duma figueira
fui beber água à fonte!

De repente um Texugo,
sem autoridade superior
junto a um pedregulho
para ti, colhi essa flor!
(Edumanes)

terça-feira, 19 de setembro de 2017

"RUMO À MERENDA"

Zanguei-me com o trabalho,
não o vi em todo o dia
à noite dormi sossegado
no corpo, nada me doía.

 Por serem alérgicos à vida dura,
os ricos mandam, os pobres trabalhar
enquanto os loucos vivem na loucura
os políticos gozam a vida a passear.

Sendo essa a realidade,
de quem vive neste mundo
entre a mentira e a verdade
 para a verdade eu rumo.

Queijo e presunto,
com pão à merenda
 bom tinto do garrafão
 para ajudar na digestão
 boa vida não apoquenta!
(Edumanes)

domingo, 17 de setembro de 2017

"FELOSA DAS FIGUEIRAS"

 Nas margens do rio torto,
 eu vi uma borboleta voando
com fama de ser preguiçoso
um alentejano trabalhando!

 Ouvi a filha da cabra berrar,
 recém nascido vi um perdigoto
  no vai e vem, a formiga sem parar 
 de papo p'ro ar, um gafanhoto!

De papo amarelo não vi lá o Papa Figo,
estava lá a Felosa empoleirada na figueira
como outrora, no Alentejo já não há trigo
mas, ainda, há boa pinga na Vidiguera!

 Terra do bom e muito azeite, Moura,
 para pôr no cafei, tiraram o i ficou azete
com a pressa tropeçaram na rasoira
para o chão entornaram o lete!
(Edumanes)

sábado, 16 de setembro de 2017

"BOM FIM DE SEMANA"

Um beijo especial,
dos lábios se libertou
nas ondas do mar alto
nadando são e salvo
deu à costa no areal.
Numa praia tropical
de manhã acordou
nos lábios duma morena
vagueando em câmara lenta
eram p'raí oito e coisa nove e tal!
(Edumanes)

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

"O PRISIONEIRO"

Prende-me numa prisão,
onde exerces a profissão de carcereira
numa sala com televisão
 no inverno para me aquecer uma lareira.
Eu te suplico, trata-me com afeição
por favor, não me faças a vida negra!

Não me dês sermões,
dá-me, antes, beijinhos
só nós os dois aos serões
um ao outro agarradinhos!

Com as tuas, meigas, palavras,
só tu, mulher carcereira, me contentas
com essas tuas mãos delicadas
nos pulsos coloca-me as algemas!

A pena máxima me condena,
se eu cometer o crime de violação
dentro do peito, preso, tens o teu coração
junto dele quero cumprir pena!
(Edumanes)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

"SILÊNCIO, NÃO INCOMODAR"


Uma dor adormecida,
quando acorda insatisfeita
incomada como a política
na minha perna direita!

Tenho de ser tolerante,
tratá-la com meiguices
porque, se eu for arrogante
ela me causa mais chatices.

Se eu a contrariar,
logo me chama a atenção
 para eu pensar no bem estar
do meu, amigo, coração!

Em frente continuarei,
sem poder voltar para trás
se é que eu não a injuriei
que me deixe viver em paz!

Com ela tenho de viver,
enquanto por cá andar
se eu nasci para obedecer
não nasci para mandar!
(Edumanes)

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

"VENTANIA"

O vento em redemoinho,
de amainar não há maneira
porque, ontem foi domingo
então, hoje é segunda-feira!

Causadores de destruição,
 por onde estão passando
em fúria mais de um furacão
prejuizos estão causando!

São fenómenos naturais,
formados no Oceano Atlântico
todos eles são infernais
pelas contas não me engano!

Do que aprendi em aritmética,
não sou formado em meteorologia 
os furacões passam pela a América
atrás uns dos outros em correria!

 Mas, aqueles que têm a mania,
de serem os mais sábios do mundo
por muito que estudem o assunto
não conseguem parar a ventania!

Porquanto, os inocentes é que estão pagando,
por quem com malvadez está destruindo o planeta
enquanto que os valentões continuam ameaçando
convencidos de que não lhes amolgam a corneta!
(Edumanes)

domingo, 10 de setembro de 2017

"FIM DE TARDE"

Mais triste, eu, ficava,
quando ela não vinha
sempre até à noitinha
desesperado, esperava!

 Nela, eu, confiava,
acenando da janela
mas, ela me enganava
dizendo ser sincera!

 Pela beleza dela,
 ciumes, eu, sentia
 de propósito, por ela,
 ela, sofrer me fazia!

No, seu, rosto simpatia,
exuberante, beleza no corpo
 com a loucura da sua terapia
ela me punha mais louco!

De lá nunca mais voltou,
me deixou só com a saudade
não sei para onde ela abalou
foi num dia ao fim da tarde!
(Edumanes)

sábado, 9 de setembro de 2017

"ASTROMÉLIA, FLOR"

Mais um dia estou aqui,
a escrever o que imaginei
recordando aquilo que já vi
nos lugares por onde passei.

Já corri seca, não fui a Meca,
coisas boas e menos boas vi
 apanhei mais do que uma seca
gosto de continuar por aqui!

Aqui dando continuidade,
à minha preciosa imaginação
enquanto houver liberdade
saúde, paz, amor e paixão!

Com tudo de bom vos desejo,
 um fim de semana exuberante
 fico aqui a imaginar o que não vejo
vendo passar o tempo de relance!

  Nas pétalas duma flor,
 esquecido no tempo
 não deixa ficar o amor,
vai para a junto do rio
quem sentir calor
abrica-se do vento
quem sentir mais frio,
cada um a seu contento!
(Edumanes)

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

"AMORA SILVESTRE"

As silvas têm picos,
arranham quem com elas implica
sossegada sem sarilhos
sempre, mais bela é a vida!

Suas partículas preciosas,
que lhe deram o dote
as silvas têm amoras
alimentam quem as come!

Se não perturbam o organismo,
também,  não entopem a digestão
quando juntos habitam no coração
a saúde, com humor e o romantismo
contribuem para a boa disposição!

Não pensa como eu penso,
quem de mim pensa diferente
contrariar não pretendo
neste mundo a que eu pertenço
quem não ama, amor não sente!
(Edumanes)

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

"IMAGINANDO"

Sem ter água para beber,
com sede, no deserto pregando
 e eu sem saber o que escrever
estou para aqui imaginando!

À porta duma ermida,
estava o silêncio rezando
sonhei nas nuvens voando
numa noite mal dormida!

Não é disso que eu hoje quero falar,
mas, sim duma encantadora mulher
ela tem olhos castanhos de encantar
 no corpo tudo o que o homem quer!

Para o aquecer liberta calor,
fonte aquecida de louca paixão
no seu corpo incendeia o amor
de felicidade arde no coração!
(Edumanes)

terça-feira, 5 de setembro de 2017

"NO DIA DA LOUCURA"

Leva o cabaço ainda,
para ao seu noivo dar
a noiva vai linda,
subindo para o altar!

Vai ser divertido,
só ela o fará rebitar
quando tirar o vestido
não precisa espreitar!

Amor e felicidade a dobrar,
mais o ambiente vai aquecer
o que você está a imaginar
numa noite de louco prazer!
(Edumanes)

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

"VEM DAÍ"

Neste jardim à beira mar,
para veres as flores mais belas
vem comigo, vamos passear
de noite à luz das estrelas!

Vais adorar, tenho a certeza,
jamais te irás arrepender
brilhar eu quero ver
nos teus olhos pura beleza!

Os teus lábios quero beijar,
no rosto sentir a maresia
 ouvir o som das ondas do mar
na luz dos teus olhos ler poesia!
(Edumanes)

sábado, 2 de setembro de 2017

"CHOCALHADA"

 O povo mais pobre ficou,
do que estava empobrecido
o que o desprezível lhe sacou
jamais lhe será devolvido!

 Cuidado com o animal,
tem pêlo de candimba
habita, aqui, em Portugal
não é cavalo mas relincha!

Neste país sempre assim foi,
só falo do que não desconheço
dizem que os Ferros são de Évora
os Correias feitos de casca de boi
se os grilos se alimentam de trevo
saúde na vida é a coisa mais bela!

Em São Bento ruidosa chocalhada,
na zona de Tomar habita o Gaibéu
não guerreiam com a Lua prateada
de noite as estrelas brilham no Céu!
(Edumanes)

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

"PENA QUE VOA"

Hoje, nesta página do Blogue
escrevo, para não ficar em branco
tudo aquilo que tão depressa foge
de volta continuarei esperando!

Enquanto posso escrever,
a palavra que nos ouvidos soa
no tempo que passa a correr
a vida é como pena que voa!
(Edumanes)

terça-feira, 29 de agosto de 2017

"SILVADO"

Havia lá uma horta,
outrora, no meio da ceara
sem rabo tinha uma porca
e uma mula desdentada. 

No canteiro das alfaces,
espinafres também tinha
a galinha bamdalhoca,
da simpática vizinha
penicava nos tomates
para encontrar a minhoca!

Coberto de silvado,
faz doer o coração,
o monte sem telhado
outrora uma mansão!

Nas  noites ao luar,
como dantes lá havia
sorrisos de alegria
já não há naquele lugar!
(Edumanes)